terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A vida com os brasileiros

Salut! Depois de ficar uma semana sem dar as caras por aqui (e praticamente sem pisar na minha própria casa), voltei para contar algumas novidades!

Começando, claro, pelo tão esperado e elogiado feijão do domingo do dia 14 de dezembro. Aquele domingo foi memorável! Seis brasileiros, uma francesa, uma chinesa, uma feijoada e um frango de televisão!

Tudo começou semanas atrás, quando conheci o Otávio na Soirée Polyglotte da Meli Melo. Lá, comentei que eu tinha feijão e que poderíamos reunir os amigos brasileiros dele para comermos juntos. Combinamos de fazer o grande almoço depois das provas, que assim todos poderiam aproveitar bem. Dia 14, domingo, confirmado.

Frango assado, o famoso "televisão de cachorro". Adoro!

Vieram o Canitia (Otávio, de Vitória), Marreco (Guilherme, de Pelotas), Bola (Lucas, de algum lugar que esqueci), Molina (Gustavo, de Campinas) e Fozzie (Renato, de outro lugar que também esqueci). O Hugo, de Belo Horizonte, tinha viajado, ficou sem feijão. Além dos brasileiros vieram a francesa Claire e a chinesa Ya (com quem dividirei um apartamento em breve). Muita gente, muita comida.

Os meninos trouxeram arroz, salada, sorvete, Coca Cola, cerveja e ingredientes para uma caipiroska (porque cachaça mesmo não tem aqui). A Ya trouxe um frango assado, aqueles de televisão de cachorro, e a Claire trouxe pão e jogos. Eu fiz o feijão, ofereci cacahuètes e suco de guaraná (muito apreciado pelos convidados).


Da esquerda para a direita: Bola (Lucas), Fozzie (Renato), Canitia (Otávio), Marreco (Guilherme), Claire, Ya e Molina (Gustavo).

Tudo começou, claro, no dia anterior. Fiz a listinha do que precisava comprar, fiz o mercado, pedi socorro para a mamãe para saber a quantidade de feijão para aquela cambada toda, botei quase 1kg de feijão de molho, faxinei todo o meu quarto e a cozinha que usaria e fui dormir quando o sol quase levantava. Pouco depois que o sol nasceu, levantei, terminei de arrumar o quarto, dei mais uma arumada na cozinha (as pessoas aqui não têm o costume de limpar ela depois que a sujam..... e a faxineira não vem no final de semana) e comecei a cozinhar o feijão.

Duas panelas foram precisas, porque a minha é pequena, e a panela emprestada também. Corta cebola, alho, bacon, marguez, etc etc. Mas porque o feijão não cozinha?????????? Claro, um dia um cara chamado Murphy inventou uma lei que diz que se algo pode dar errado, ela vai dar errado. Bom, por algum motivo desconhecido (ou nem tanto) teve um curto circuito nas placas elétricas, o que faz cair a energia das duas cozinhas que tem no segundo andar. Então lá fui eu fazer faxina na cozinha do terceiro andar. Levei tudo para lá: toalha da mesa, panelas, frigideira, comida picada, etc etc.

Os tão queridos cacahuètes

Pouco depois disto, os meninos chegam. Eu só conhecia o Otávio, o resto conheci tudo na hora mesmo. Mas cinco minutos depois parecia que eramos amigos de décadas. Eles buscaram cadeiras nas outras cozinhas, buscaram mais uma mesa, fizeram caipiroska, prepararam o arroz e colocaram o sorvete na geladeira..... a janela. Claire chegou, levou um susto com a quantidade de gente na pequena cozinha, mas logo se acostumou. Ya chegou logo após, quando o feijão estava quase pronto. Ela se acostumou rapidinho com o jeitinho brasileiro.

Ya não parou de agradecer a tarde que tivemos todos juntos

Comemos. E como!! Todo mundo repetiu umas duas vezes eu acho! Fiquei até meio encabulada no início, porque não paravam de dizer que estava ótimo. Também, dos meninos eu entendo: não comem feijão há três meses, almoçam no restaurante universitário e jantam cacahuètes e balas toda noite.... estavam precisando de uma comida de verdade. Mas a Ya foi outra que não parou de elogiar. Até hoje ela me pede para ensinar a receita!! A Claire, bom, foi o terceiro feijão dela comigo, mas ela disse que desta vez estava mais gostoso heheehheh

Jogando Jungle Speed

Comemos, jogamos cartas, vimos vídeos no YouTube, rimos muito. O melhor deste dia foi quando a Ya foi embora e me disse que de todas as pessoas que ela já conheceu, os brasileiros são os mais amigáveis, mais queridos e mais abertos. Ela disse que podia ver que nós éramos realmente amigos. Quando eu disse para ela que era a primeira vez que eu via a maioria deles, ela se assustou e afirmou com mais força ainda que nunca viu gente tão legal e amiga como nós. Por isso repito que ela se acostumou logo com o jeitinho brasileiro, pois ela realmente aproveitou muito a tarde conosco.

Marreco reclama do jeitinho brasileiro de roubar no jogo de cartas....

Domingo termina, semana começa, voltamos para as responsabilidades.

Provas, trabalhos, apresentações.... Apresentei meu trabalho sobre o Brasil na quarta-feira, e fui muito elogiada. O pessoal ficou impressionado que eu estudei só um ano de francês no Brasil e falo tão bem assim. Na verdade, eu não falo tããão bem assim não, mas estou muito melhor do que no início. Neste mesmo dia, tive uma prova de tarde, e assim terminaram as minhas aulas e começaram as férias.

Na quinta-feira, teve uma janta na residência universitária onde os brasileiros moram. Lá fui eu! O Canitia fez uma massa a bolonhesa para umas 15 pessoas, o Molina cedeu o quarto para o video game e o resto só diversão! Comemos cacahuètes, massa, tomamos caipiroska, cerveja, degustamos balas e chocolates!

Otávio preocupado com a quantidade de massa

Lá na residência deles não tem cozinha comum, pois cada quarto tem a sua própria. Por este motivo, não tem mesa para o pessoal! Comemos, pois, todos em pé no corredor hehehehhee Dizem eles que fazem isso direto, que é normal. Para mim, tudo é festa! Estou de férias mesmo :D

Eita cambada!

A festa foi até tarde. Franceses, alemães, portugueses, colombianos, brasileiros. O quarto do Molina ficou cheio de cacahuète no chão. O corredor do prédio então, nem se fala. Jogamos Fifa e Mario Cart. A coisa ia tão bem, que esquecemos de ver a que horas passava o último ônibus, e acabei perdendo ele. Tudo bem, o pessoal lá tudo tem saco de dormir, então eu e mais uns três acampamos por lá mesmo. Claro, brasileiro é tudo cavalheiro, então o dono do quarto onde ficamos me deixou com a cama e o resto é que ficou no chão.

Pessoal jogando Fifa enquanto o resto não chegava

Chegou final de semana, metade do pessoal viajou. Ficaram só o Molina e o Bola. E eu. Fui para lá na sexta-feira e voltei só ontem! Como meus amigos aqui na cidade viajaram todos, e o resto dos guris lá tinham viajado também, nós três acabamos fazendo festa sozinhos. O coitado do Bola rompeu o tendão, então não podíamos sair. Video game, cacahuète, cerveja e comida de verdade! Claro, eu é que cozinhei, mas com o maior prazer! Comer cacahuète e tomar cerveja não é para mim não.... Eu prefiro comida de verdade! Enfim, fiz uma revolução! Ajudei a limpar os cacahuètes da quinta-feira (porque é claro que os meninos não limparam....), colocamos o lixo na frente da casa do Hugo (uma brincadeira que eles sempre fazem com o coitado) e inseri um pouco de comida saudável na vida dos dois moços.

Já tem até um cantinho com coisas da Joana lá, para quando eu voltar. Mas pelo jeito são eles que vão ter um cantinho deles na minha casa..... Sabem, mês que vem eu me mudo para um apartamento no centro de Poitiers com duas amigas (Ya é uma delas), e eles já estão se escalando para passar os finais de semana por lá, onde tem mesa e cadeiras para todos.

É, mas a história do apartamento novo fica para um novo post.


Não importa onde, festa boa é festa com os amigos

Um comentário:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.